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quinta-feira, 18 de abril de 2013

ESPORTE MODERNO: MEMÓRIA E HISTÓRIA


A seguir, divulgamos um texto que tem como objetivo destacar a pesquisa histórica como uma possibilidade de narrar e analisar o esporte moderno. Para tanto analisa a relação entre memória e história bem como a vinculação deste fenômeno cultural com a tradição e com o espetáculo. Por fim, elenca uma série de "locais da memória" existentes no Brasil cujos acervos traduzem-se em importantes fontes de consulta e pesquisa.
Esclarecemos que alguns endereços podem estar desatualizados tendo em vista que o texto foi publicado na Revista Digital n° 77, de outubro de 2004.
O texto é de autoria de
Silvana Vilodre Goellner, Doutora em Educação e professora da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Diretora do Centro de Memória do Esporte da mesma instituição, Coordenadora do GRECCO - Grupo de Estudos sobre Cultura e Corpo e Pesquisadora do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Só estamos disponibilizando a parte do texto relativo a Memória Esportiva no Brasil.
 
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Por essa razão tornam-se fundamentais, para a preservação da memória e a construção de histórias, os museus, centros de informação e documentação, bem como os acervos e as coleções particulares, identificados, neste aqui como "locais da memória".

Memória esportiva no Brasil: iniciativas pioneiras

No Brasil, desde há algum tempo podemos identificar iniciativas no que respeita a recuperação, preservação e socialização de dados referentes à memória esportiva brasileira, inclusive a memória olímpica. Em uma primeira fase estas iniciativas se estruturam a partir de interesses individuais de colecionadores e aficionados pelo esporte cujos acervos, em sua maioria, encontram-se ainda sem acesso público. Destaco, aqui, algumas dessas iniciativas: 1) o acervo de Gerson Sabino, jornalista de Belo Horizonte, que desde a década de 30 colecionou artefatos relacionados ao futebol visto ter participado de todas as Copas do Mundo até o ano de sua morte, em 1998. Gerson reuniu um vasto material referente a essa modalidade esportiva organizando uma coleção particular que está sob responsabilidade de sua família; 2) a coleção de livros de Mario Cantarino, localizada em sua residência na cidade de Brasília. O professor Mário começou a reunir diferentes obras desde o final dos anos 40, reunindo um acervo bibliográfico que se constitui, hoje, na maior biblioteca particular do Brasil sobre Educação Física e esportes. Com aproximadamente 4.000 livros, grande parte deles editados entre 1930-1950, possui ainda algumas obras raras tanto nacionais como internacionais; 3) Nos anos 60, é importante registrar a estruturação de outro acervo esportivo particular: o "Museu de Educação Física", organizado pelo professor Jair Jordão Ramos de modo informal e particular, na sua própria residência, no Rio de Janeiro. 4) Neste mesmo período, na cidade de Porto Alegre, o médico Henrique Licht, iniciou uma importante coleção sobre esportes organizando um acervo de aproximadamente 8.000 referentes à história dos esportes olímpicos e não olímpicos tanto mundiais como nacionais e regionais. Esse acervo foi doado, em novembro de 2002, ao Centro de Memória do Esporte da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e está disponível para consulta e pesquisa.
Como iniciativa individual de preservação da memória esportiva brasileira cabe ainda ressaltar o acervo de Roberto Gesta de Melo, atual Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, cuja coleção particular reúne, em sua residência, na cidade de Manaus, documentos e objetos olímpicos com ênfase no atletismo destacando-se vários itens do acervo pessoal de Ademar Ferreira da Silva - grande atleta brasileiro e bi-campeão olímpico no salto triplo. Além desses acervos particulares figura como importante a biblioteca do professor Lamartine Pereira da Costa, composta por obras bastante preciosas no que respeita à memória e a história do esporte moderno.
Para além dos acervos particulares, os clubes esportivos desempenham, desde os anos 80 do século XX, um importante papel na preservação da memória esportiva e olímpica do Brasil. Destacam-se, por exemplo, Arquivo Histórico do Clube Espéria, de São Paulo (1989) http://www.esperia.com.br/; o Museu do Grêmio Football Porto Alegrense (1988) http://www.gremio.net/; o Centro de Memória Centro de Memória Hans Nobiling, ligado ao Esporte Club Pinheiros, em São Paulo (1991) - http://www.pinheiros.org.br/area_memoria/atendimento.asp; o "Memorial Sogipa" pertencente à Sociedade de Ginástica Porto Alegre que se identifica pela sigla SOGIPA (1992) - http://www.sogipa.esp.br/; o Flu-Memória, vinculado ao Fluminense Football Club, no Rio de Janeiro (1995) - http://www.flu.com.br/; Centro de Documentação do Comitê Olímpico Brasileiro (1996) - http://www.cob.org.br/ e o Acervo Histórico do Minas Tênis Clube (1997) - http://www.minastenis.com.br/. Estes clubes apresentam os acervos organizados e disponibilizados para consulta pública. Por certo vários outros clubes poderiam ser citados mas talvez ainda não o foram porque a sistematização, catalogação e recuperação dos acervos não estejam em condições suficientes para a garantir o acesso e a consulta aos materiais que abrigam.
Como locais da memória esportiva são importantes, ainda, as diferentes iniciativas institucionais que despontaram no Brasil a partir dos anos 80. Iniciativas estas vinculadas a órgãos públicos como, por exemplo, o Centro de Memória Esportiva "De Vaney" vinculada a Secretaria Municipal de Esportes de Santos (1993), cujo acervo engloba material a partir de 1938 - http://www.urbo.com.br/cmedevaney/. E, mais recentemente, os centros de documentação e memória vinculadas às Universidades como, por exemplo, o Centro de Memória do Esporte da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - CEME - http://www6.ufrgs.br/esef/ceme/index.html; o Centro de Memória da Escola de Educação Física e Desportos, vinculado à Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001) - http://www.ceme.eefd.ufrj.br/. O Centro de Memória da Educação Física - Universidade Federal de Minas Gerais - CEMEF- UFMG (2001) - http://www.eef.ufmg.br/; e o Arquivo Maria Lenk que opera sob responsabilidade da Biblioteca da Pós Graduação em Educação Física da Universidade Gama Filho
Cabe ainda ressaltar o projeto do Museu Olímpico do Comitê Olímpico Brasileiro além de iniciativas do setor de informações esportiva, as quais tem convergido para congregar a memória com a informação compartilhada. Exemplos atuais desta intervenção no Brasil são: Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva - SIBRADID, sediado a Escola de Educação Física da UFMG - http://www.sibradid.eef.ufmg.br/; o Núcleo Brasileiro de Dissertações e Teses - NUTESES, o acesso às informações referentes à produção científica, dissertações e teses, da área de Educação Física, Esportes, Educação e Educação Especial - http://www.nuteses.ufu.br/index3.html; o Centro Esportivo Virtual - CEV - http://www.cev.org.br/; o REFELNET, Revistas de Educação Física, Esporte e Lazer On-line -vinculado à Escola Superior de Educação Física de Muzambinho-MG - http://www.efmuzambinho.org.br/ref.asp; e o CEDIME Centro de Documentação e Informação Esportiva do Ministério do Esporte que foi criado em 2003 e encontra-se em fase de estruturação. Este Centro constitui-se em um sistema virtual que busca aglutinar informações relacionadas ao esporte nacional objetivando potencializar ações direcionadas para a gestão esportiva - http://www.esporte.gov.br .
Se pensarmos na potencialidade que esses acervos têm no sentido de se constituírem tanto como locais da memória como locais para o desenvolvimento de projetos educativos relacionados ao esporte podemos perceber que os inúmeros desafios colocados à memória e a história do esporte moderno no Brasil e América Latina. Nesse sentido torna-se ser urgente efetivar algumas ações como, por exemplo: 1) o mapeamento dos acervos particulares e públicos; 2) a identificação de acervos particulares e a tentativa de que sejam cedidos/vendidos para instituições cujo acesso seja público, não só aos pesquisadores mas a todos que se interessam pela memória esportiva; 3) a implementação de projetos interinstitucionais e entre grupos de estudos cuja temática relaciona-se à Memória e a História Esportivas, estabelecendo uma rede de informações a ser partilhada não só aos grupos mas a quem delas desejar acessar via recursos computacionais; 4) a ampliação de ações dos grupos de pesquisa em história do esporte e das diferentes práticas corporais hoje existentes no Brasil e na América Latina objetivando, para além da atividade de pesquisa, a realização de ações como: exposições e oficinas temáticas a serem desenvolvidas em escolas, clubes, parques, praças, etc sensibilizando crianças e jovens para a preservação da memória esportiva local bem como a construção de histórias a ela relacionadas; 5) a organização de bancos de dados acerca da história esportiva nacional sua disponibilização através de recursos computacionais. Criação de home-pages, publicações on-line, CDRoms, etc; 6) a organização de acervos de depoimentos com pessoas que tiveram e tem significativa importância na construção/consolidação da história esportiva (atletas, dirigentes, entusiastas, jornalistas, colecionadores, etc); 7) o fomento à pesquisa sobre a memória esportiva de uma região, comunidade, cidade e incentivo a reconstrução de histórias particulares e específicas; 8) o incentivo, por parte dos Comitês Olímpicos, de instituições de fomento e empresas privadas aos grupos de Pesquisa em Memória e História bem como aos centros de memória, documentação e informação esportivas, objetivando qualificar suas intervenções.
Enfim, se muito já foi feito ao pensarmos na memória e na história dos esportes gostaria de finalizar esse texto afirmando que há, ainda, um mundo a se fazer. E este depende da paixão pelo tema, da ousadia teórica, do rigor metodológico, da sensibilidade histórica e, sobretudo, da vontade de que da memória esportiva floresçam histórias a nos contar sobre esse elemento da cultura que, cotidianamente, nos seduz, encanta e desafia.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

MEMOFUT COMPLETA 6 ANOS

 
 
No dia de ontem, o Grupo Literatura e Memória do Futebol – Memofut completou seis anos de existência.
Criado em São Paulo, em 31 de março de 2007, por interessados em literatura e memória do futebol, o grupo tem como objetivo promover a difusão da literatura no futebol e em outras formas de expressão cultural e artística e apoiar a preservação da memória do futebol.
Seis anos depois, o grupo já é um centro de referência para historiadores, pesquisadores e editores.
Dentre os objetivos do grupo estão:
1. Trocar informações, relativas a lançamentos de novos livros, dados históricos e eventos que tenham como tema a cultura do futebol.
2. Realizar Palestras e Cursos.
3. Pesquisar e preservar tudo o que se relacione com a literatura e história do futebol.
Fazem parte do grupo, jornalistas, escritores, historiadores, professores, estudantes e apaixonados pelo futebol
Nestes seis anos, o Memofut promoveu 53 reuniões, entre normais e extras, com 2.174 presentes, uma média de 41 pessoas por reunião.
Na opinião de vários dos seus membros, o grupo ultrapassou em muito a expectativa de todos.
Vida longa ao Memofut!

sexta-feira, 15 de março de 2013

GRUPOS DE PESQUISAS: O GMPHCFB!

 
 
Nessa nova seção, a GRUPOS DE PESQUISAS, procuraremos falar um pouco dos vários grupos formados com a finalidade de incentivar as pesquisas relacionadas ao futebol.
Se você também tem um grupo de pesquisadores, mande seu histórico para o blog que teremos a maior satisfação em divulgar o seu trabalho.
O primeiro a ser abordado é o Grupo Multidisciplinar de Pesquisa em História e Culturas do Futebol Baiano, o GMPHCFB.

Da esquerda para a direita:
Luiz Fernando, Franklin, Luciano, Paulo Leandro, Alexandre e Alexandro

Aos nove dias do mês de julho de 2011, reuniram-se no pátio da Biblioteca Central do Estado da Bahia, situada no bairro dos Barris, em Salvador, para discutir a constituição de um grupo de estudos sobre o futebol baiano e tomar outras providências, os pesquisadores Alexandre Lima, Paulo Leandro, Alexandro Ribeiro, Luiz Fernando, Luciano Santos e Franklin Oliveira Jr., sendo o último indicado para a presidência da mesa dos trabalhos.
A pauta foi definida com dois pontos: apresentação dos membros e definição sobre os objetivos do grupo.
A mesa solicitou que os presentes, de forma rotativa, se apresentassem.
Alexandre Lima foi o primeiro a tomar a palavra, informando ter 34 anos, cursado História na Unijorge e ser estudante de Ciências Sociais da UFBA, cantor, compositor e pesquisador do futebol desde finais de 2008. Escreveu artigos nos sites História do Futebol e RSSSF Brasil. Trabalha atualmente com os resultados de jogos, artilheiros e certames baianos de 1905 até os dias atuais.
Pediu então a palavra Paulo Leandro para a sua apresentação. Afirmou ter 47 anos, ser jornalista de profissão desde 1984, em sua maioria dedicada ao jornalismo esportivo, onde fez reportagens, crônicas e edição, fundou o suplemento esportivo A Tarde Esporte Clube e é atualmente secretário de redação do jornal Correio da Bahia. Na área acadêmica, cursou o mestrado em comunicação e cultura contemporânea, onde defendeu dissertação sobre o perfil do jornalismo esportivo da Bahia, examinando inclusive a trajetória de Paulo Carneiro e Paulo Maracajá. Logo a seguir obteve doutorado no mesmo programa da UFBA sobre a história dos Ba-Vis.
Na ocasião, foi aparteado pelo integrante que dirigia a mesa, que observou se tratar da primeira tese de doutorado sobre futebol na Bahia e uma das primeiras do Brasil.
Retomando a palavra, Paulo Leandro informou seu currículo como professor universitário, onde lecionou matérias do curso de comunicação, como Redação e Jornalismo, Ética e Legislação, Metodologia da Pesquisa Científica, entre outras.
Usou a palavra, então, Alexandro Ribeiro, para informar que é engenheiro e tem 35 anos, que é torcedor de futebol desde os anos 80, sendo escritor do livro sobre o Barradão, em parceria com Luciano Santos, lançado em 2006, colunista do site Barradão on Line. É possuidor de um vasto acervo de informações sobre o futebol baiano, dedicando-se atualmente a atualizar estes dados.
Logo a seguir tomou a palavra Luciano Santos, que afirmou ter 44 anos, três filhos e ser economista, tendo sido antes gerente de banco e professor ginasial e universitário. Trabalha há dez anos na Essencial Tecnologia. É apreciador do futebol desde a mais tenra idade, se tornando fundador da Falange Rubronegra em 1999 e do Barradão on Line, momento em que foi aparteado por Luiz Fernando, que afirmou se tratar do primeiro site consistente sobre o futebol na Bahia. Retomou a palavra Luciano Santos para informar que fez curso de especialização em comunicação, com monografia sobre a participação do torcedor na internet intitulada “A importância dos sites na vida dos clubes”. Atualmente, cursa Arquivologia e escreve um livro infantil sobre a história do E. C. Vitória.
A palavra foi dada pela mesa então a Luiz Fernando, que informou ter 46 anos e ser torcedor de futebol desde os sete anos. Tornou-se pesquisador de futebol ao observar os constantes erros da imprensa passando a anotar as fichas de todos os jogos que assistia. Assim reuniu um acervo apreciável de informações de partidas realizadas na Bahia as quais juntou várias publicações esportivas que coleciona desde então. É ainda funcionário da Receita Federal e presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais.
Por último, a palavra foi usada por Franklin Oliveira Jr., que informou ter sido fundador do PT e da CUT, presidente do Sindicato dos Músicos, músico, historiador e escritor, tendo no terreno esportivo uma trajetória identificada com a Fonte Nova, onde fez shows musicais no Ginásio Antônio Balbino, e compareceu para apreciar os momentos memoráveis dos 60 anos do estádio.
Atualmente dirige um blog de sua criação empenhado em resgatar a memória do estádio.
Logo a seguir foi introduzido o segundo ponto da pauta, referente aos objetivos do grupo.
Na ocasião, ocorreram várias falações propondo tarefas para o mesmo, entre as quais, a colaboração com o Museu do Futebol que será construído na nova arena da Fonte Nova, um banco de dados sobre o futebol baiano, um livro coletivo, convênios com a UFBA e o governo do Estado e a criação de um grupo de pesquisa sobre o futebol baiano que funcionasse como um órgão de atuação junto às iniciativas pública e privada e fosse registrado no diretório nacional do CNPQ.
Apesar de todas as propostas serem consideradas importantes e deverem ser estudadas, os presentes concentraram-se na criação do referido grupo, definindo por sua criação e discutindo aspectos de seu encaminhamento, a exemplo do recrutamento de novos membros.
Foram ainda definidas as seguintes tarefas para o grupo: a) a elaboração da ata e do documento constitutivo do grupo (Franklin), a pesquisa e encaminhamento das providências para o seu reconhecimento pelo CNPQ (Paulo Leandro), os convites a Ubiratan (Alexandre), Daisy (Luciano), Mário Gomes (Alexandro), alguns estudantes e outros aficcionados e a ampliação para os estudos de gênero.
A próxima reunião do grupo ficou definida para duas semanas depois, entre os dias 23 e 30 de julho.
Nada mais havendo a tratar, foram tiradas fotos da reunião de constituição do grupo e a mesa deu por encerrada a reunião.

Salvador, 9 de julho de 2011.

Fonte: Correio da Bahia, 22.07.2011.